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Um blog duvidoso mas mesmo muito duvidoso.
Na rua da Mãe de Água existe uma associação chamada Mãe (quão original) que promete ajuda a todas as grávidas (estando enfeitada com imagens da rainha das leprosarias de Calcutá e arredores, já se adivinha o propósito) na esquina oposta em todo o seu esplendor comercial de direito à escolha encontramos a abortadeira Clínica dos Arcos. Bem que poderiam mudar o caralho do nome daquela latitude para "Rua do Líquido Amniótico".
Um casal de amigos que amorosamente faz filhos e Vinho Verde, veio a uma mostra dedicada a essas liquidezes com vontade de me aturar por meia-horita. Pelas 4 da tarde e sem notícias dos ditos telefonei "estamos a entrar no hotel, a S. está completamente Alvarinhada". Lá pelas 11 da noite e já um pouco preocupado voltei a ligar "estamos de volta ao hotel, eu estou melhor mas o V. Alvarinhou-se. O que é hei-de fazer, o moço não aguenta a pinga?!" Depois foram-se embora encharcados em guronsan com as garrafas que me estavam destinadas a chocalhar na mala do bólide. Puta que os pariu!
O Jean Luc Godard disse certo dia (completamente aviado de tinto da Borgonha) que o cinema era a verdade 54 fotogramas por segundo. Talvez fosse, mas os fotogramas agora só pernoitam em cinematecas e em garagens de gente esquisita que gosta de filmes mudos de sexo a preto e branco. Do alto da minha sapiência estou em condições de afirmar que a película abaixo publicitada (juro que só me vão pagar um jantar) leva avante (ai se os comunas leem esta merda) o feito de mudar a coisa para "o extase 2 pestanejares por cada 15 minutos". Ide lá gastar uns cobres, pela vossa saúde...
De fraldas e de capacete de bombeiro, montado numa cadeira de rodas eléctrica kitada (aí uns 120 cavalos) invadir o relvado do Jamor durante uma final da Taça.
Com ar extremamente compenetrado e devidamente identificado com um crachá do INE, abordar transeuntes fêmeas com o seguinte questionário:
- Com quem dormiu esta noite?
- O que comeu ao pequeno-almoço?
- Qual a sua frequência masturbatória semanal?
- Super Bock ou Sagres?
- Já engoliu ao praticar sexo na sua componente oral?
- O que pensa do Manifesto dos 74?
- Qual é sua média de orgasmos não fingidos por acto sexual?
- Cozido à Portuguesa ou dobrada?
- Sexo anal, sim ou não?
- A sua opinião sobre a situação na Ucrânia?
- Sofre de flatulência após uma sessão de sexo anal?
- Que tipo de substâncias ilícitas tem consumido ultimamente?
- Visiona filmes para adultos?
- Matraquilhos ou pénis, perdão, ténis de mesa?
- Quando o seu companheiro ejacula numa das suas cavidades inferiores, deixa o esperma escorrer para os lençóis ou vai a correr com os joelhos apertados para o quarto de banho?
- A que deus se agarra nos momentos de aflição?
- Que tipo de ordinarices profere durante o coito?
- Cerelac ou Nestum?
- Dildo ou vibrador?
- O que levaria para uma ilha deserta, um pc ou um mac?
- Nessa mesma ilha, em caso de emergência sexual, preferia um babuíno ou um lémure?
Num domingo chuvoso percorrer um centro comercial de fato e gravata à volta da cabeça tipo rambo, camisa de fora e beijar e abraçar toda a gente enquanto berro "É um rapaz, é um rapaz!".
Algures nos oitentas o Festival de Cinema de Tróia quis homenagear a Lauren Bacall com um merecido Golfinho de ouro por todos os intumescimentos genitais que provocou em, pelo menos, metade da população masculina mundial e em algumas fufas berlinenses adeptas de fisting. Após fazerem contas às jantaradas e metros de coca previstos foram confrontados com falta de liquidez "ou comemos bem e inalamos melhor ou a Laurinda ou lá como se chama o raio da velha, leva com o peixe dourado, em que ficamos?". Deram-se ao trabalho de pintar um de prata...
Sempre que enfrentar a patológica obsessão portuguesa por papéis, papelinhos e formuláriozinhos, escrever como data de nascimento algo como: 32 do 13 de 1899 e no campo das habilitações sempre, mas mesmo sempre em maiúsculas, NEUROTRAPEZISTA!
- Vestido de periquito, entrar numa loja de animais e indagar "vendem periquitas para o meu tamanho?".
- Com calças bem apertadinhas, camisa generosamente aberta, crucifixo reluzente ao peito e palito ao canto da boca, abordar uma bófia perguntando "que outros usos dá a Sr.ª Agente ao cassetete para além de estrafegar meliantes?". Já na cela, gritar a cada 2 minutos "fui vítima de assédio policial, estou inocente!".