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Um blog duvidoso mas mesmo muito duvidoso.
"Foi a partir desta altura que percebi que a linguagem do cinema não era para mim. Nem os seus compromissos sociais, nem as suas diplomacias técnicas e artísticas, nem os mitos, nem os fascínios, nem a pressa, nem o dinheiro. Uma língua, sim. Perder tempo a pensar com ele e envelhecer a filmar pessoas e coisas, sim. Mas a estatura, a farda, o valor de troca que se exige hoje a um filme, isso é tudo triste. Neste trabalho, o que é bom é não haver negociação, nem um princípio nem um fim, nem resolução.
O cinema é movimento. É este movimento de vaivém sem nunca saber se estamos a recuar ou a ir para a frente. E quanto mais queremos avançar, mais parece que recuamos.
A mim, sempre me afligiu muito ver cinema. Morri mil mortes a ver certos filmes e quero continuar a morrer sem ser obrigado a ressuscitar. E o mesmo serve para ver pintura, ouvir música, ler. Com mais ou menos talento, com mais ou menos cinefilia, parecemos uns tontos a tentar escapar desse velho, irreparável argumento."
Pedro Costa numa entrevista qualquer...