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Um blog duvidoso mas mesmo muito duvidoso.
Noite de Natal. Amesterdão. Neve. O meu mano e eu. As gajas com quem fodíamos na altura não ligavam a ponta de um corno a este tipo de festividade. Gostavam de outro tipo de festas. Toca a pegar nas biclas em busca de algo capaz de amenizar as saudades do bacalhau cozido. Do outro tínhamos com fartura. Conseguida uma garrafa de martini branco (imaginem o desespero) que foi aviada alarvemente junto a um ringue de gelo instalou-se entre nós um ennui Proustiano. "Ei, ainda tens a morada dos Ingleses que conhecemos em Paris?", "Mano és um génio". Chegados ao destino deparamo-nos com um espírito natalício digno de nota. Isso e comida e booze a rodos. Apresentados aos restantes exilados calhou-nos na rifa levar pela frente e apenas pela frente com um bife com pernas que passou a noite a moer-nos a molécula sobre a superioridade do império bifânico e mais o ultimatum e o vinho do porto e o caralho que o fodesse naquele instante. Enquanto isso, o cabrão ia sacando bolinhas pretas de ash de uma caixa de fósforos de cozinha atestada e enrolava charros sem nos passar os mesmos. Coerência não faltava ao filho da puta, diga-se. Aquilo continuou até o gajo ficar tão mocado que já não dizia coisa com coisa e foi aos lavabos com fortes sinais de regurgitamento em preparação. O mano achou que era uma boa deixa para nos pormos ao fresco uma vez que o resto da malta já patinava em toda a linha. A caminho de casa fez-se uma paragem técnica para abastecer os pulmões de Marlboro. "Foda-se, mano, ainda por cima deixei lá o isqueiro", "Esta caixa de fósforos serve?"