Bloga-mos

Vou com profunda desenvoltura ignorar a passagem do ano. Comprarei uma garrafa de água da Escócia de modo a estar a dormir pelas 23h53 (sei imenso sobre medidas temporais e etílicas). No dia seguinte quando questionado com a puta da costumeira pergunta "então, essas entradas e saídas?" responderei "que caralho tens tu a ver com as minhas actividades sexuais?!". Vai ser um fartote...

O natal é quando um homem quiser e ontem houve alguns que não o quiseram. Chegaram etilicamente atrasados com a famosa desculpa dos cavalos mortos na estrada (não sabem? Pois é assim: os magalas saíram do quartel tendo que regressar à meia-noite. À uma da manhã chega o primeiro com a desculpa que tinha ido ao baile da Vila onde mamou mais do que a conta e por isso perdeu o autocarro de regresso. Decide caminhar e acaba por encontrar uma quinta onde lhe emprestam um cavalo que desfalece de cansaço a meio da jornada de regresso. Às duas chega outro com a mesma estória e assim sucessivamente até que pelas seis entra o último que ao ser abordado pelo sargento se a razão do atraso seria da buba+perda do autocarro+cavalo morto lhe responde que não senhor, não tinha bebido e tinha apanhado a carripana só que a partir de certa altura havia tanto cavalo morto na estrada que teve que regressar a penantes).

Os discursos antes do prato principal abordaram toda a panóplia de espinhas de galinha e ossos de peixe atravessados na garganta dos oradores relativos a merdas do passado: heranças, incesto, adopções duvidosas...

Chegada a sobremesa as coisas pioraram por exclusiva responsabilidade das rabanadas de vinho tinto que foram posteriormente apreendidas pela ASAE por conduzirem embriagadas no percurso travessa-prato dos convivas. Terminou tudo em beleza com as prendas a serem atiradas em bolandas aos respectivos destinatários. Foi divertidamente triste ou, ainda não decidi, tristemente divertido...

- Já estou cá com uma buba.

- Deixa lá é Natal.

- Tenho medo da bófia.

- E depois, vão-te prender?

- E ainda me tiram a carta.

- Vieste a pé, Leonel!

- Não me lembrava...

Como se não me bastasse receber puxões de orelhas via mail da minha mana por causa das minhas insuficiências gramaticais ainda tenho que levar com uma stalkercibernética muito pouco Tarkovskyana. O espírito Natalítico decididamente já não é o que era. Seguiu mail reclamador para a sede da Coca-Cola.

Já me tinha constado que frequentar esta latrina não seria o mais aconselhável a pessoas com desequilíbrios ao nível de certas merdas. Não estava, no entanto e inclusive, preparado para acolher nesta PME um comentário a uma posta de 23 de Abril do decorrente ano em questão com o seguinte teor:

"mister Bloga-mos! a DT. anda por aqui no seu anonimato... "eles andem aí!"... e vai continuar a chingar os seus posts, ansiosamente, aguardados :)
see you "Maria".

"Regressar à nossa terra é regressar aos nossos mortos, de que os vivos são manifestações breves e frágeis, meros fantasmas de carne e osso."

Descansem que a seriedade fúnebre passa-me assim que voltar a estar copofónico, evento que terá lugar hoje pelas cinco da tarde e para o qual estão todas convidadas. Gajos serão bem acolhidos desde que acompanhados por irmãs casadoiras.

Mas que caralho se passa com as minhas gajas?

Estou a braços com uma enamorada que ameaça cortar os pulsos ao blog por falta de coisas. Tenho feito tudo ao meu alcance; enviei-lhe dildos, um caixote de chocolates, outros modelos de dildos mas a moça persiste na inclinação suicidária. Ide fazer-lhe uma visita munidos de elevado espírito Natalítico e levai presentes mas guardai as pirocas borrachosas para vós e para os vossos. Agora ide, vá, depressa...